sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Bem Resolvida?

Oi Pessoas,

Aconteceu tanta coisa que nem sei por onde começar...talvez por explicar o porque do meu sumiço.
Acontece que o nome do blog é Bem Resolvida e nos últimos meses achei que seria hipocrisia escrever em um blog com esse nome pois estava (estou mais ou menos ainda) me sentindo mau resolvida. Acontece que fiquei doente, meu cérebro ficou sentindo falta de serotonina e acabei ficando com depressão...e das brabas!
não vim escrever por vários motivos, um deles é que muita gente vê a depressão como uma frescurite, uma melancolia, bobeira, fraqueza e na verdade não é nada disso, é psicológico mas também é físico, é doença. Eu mesma não entendia muito bem sobre depressão embora minha mãe sofra disso há milênios, não entendia porque muitos depressivos querem morrer e cometem suicídio ou tentam se matar (não, nunca me passou esses pensamentos pela cabeça) então fui estudando sobre o assunto, li muito mesmo e entendi que não era fraqueza minha, que era algo que estava acima da minha vontade, acima das minhas forças. Também não escrevia porque simplesmente não conseguia, não conseguiria dar atenção aos meus amigos blogueiros, enfim.
Tudo começou ainda no meu antigo emprego, antes de ser demitida, na verdade a depressão foi surgindo ali mas eu não soube perceber sua chegada, sorrateira, depois fui trabalhar temporariamente em outro lugar mas no início de junho acabei sendo dispensada porque o salário era alto pra me manter no banco de reservas da empresa, foi isso que minha chefe me disse. Ficar em casa depois de tantos anos me fez muito mal, me vi em uma rotina que eu não estava acostumada, não queria, comecei a ter sintomas fortes da depressão, me sentia imprestável, preguiçosa, cansada e com sono o tempo inteiro, um mau humor do cão, um vazio, um sofrimento que eu não identificava de onde vinha e porque pois meu sexy nerd estava (e ainda está) me fazendo muito feliz, se mudou pra cá, trocamos alianças (na mão direita, calma), tem sido um pai maravilhoso pra mini BR, tem sido o melhor companheiro possível mas ainda assim eu me sentia sozinha, completamente infeliz e vazia, não sentia mais prazer ao abraça-lo ou à minha filha, não sentia vontade de sair, de fazer nada mesmo. Como perdi o plano de saúde, que era empresarial, ele resgatou o plano transferindo para pessoa e arcando com a mensalidade, arrumou uma psicóloga e psiquiatra pra mim e lá fui eu tomar antidepressivo. Antes de aceitar esse tipo de remédio tentei homeopatia, passei 40 dias tomando um remédio que a homeopata receitou mas não estava fazendo efeito algum, nesse meio tempo minha querida amiga AFRODITE veio me visitar.
Então há quase um mês comecei com o antidepressivo e logo na primeira semana já senti os efeitos, uma diferença grotesca no meu humor, na minha atitude, na minha paciência, no meu amor...engraçado que eu tinha esquecido que essa era a "normal eu". De repente eu voltei a achar graça de tudo, rir o dia todo, me divertir, sentir prazer ao abraçar minha família...tinha muito medo de reações adversas, os famosos efeitos colaterais dos antidepressivos mas só tive dificuldade pra dormir (continua) e perdi o apetite.
Acredito que meu tratamento durará alguns meses mas nada exagerado, na internet conheci muitos depressivos que dizem tomar remédios já há mais de ano, tem gente que toma há 2, 3, 4 anos, mas vejo que não vai ser o meu caso. Uma coisa que sei que ajuda é a vontade de melhorar, o pensar positivo, vejo que a grande maioria dos depressivos carregam um negativismo quanto a sua melhora, e isso ajuda, quer dizer, atrapalha, né? É como um fumante que diz querer parar de fumar mas SABE que nunca vai conseguir...este pensamento vai se transformar em verdade e ele nunca vai parar mesmo. Assim são os depressivos, dizem que nunca serão felizes, que seus remédios nunca farão efeitos e etc...aí fica difícil melhorar pois o pensamento faz milagres em uma doença como essa e tudo que eu mais quero é voltar a ser a mulher totalmente Bem Resolvida que sempre fui.
Sinto muita falta de muitos amigos blogueiros mas esse tempo todo me senti (e ainda sinto) que não tenho condições de acompanhar vocês, embora o humor tenha voltado ao normal o outro sintoma persiste que é a inércia. Não consigo executar tarefas, até as coisas mais simples como cuidar da casa, varrer, lavar louça. sinto um tédio gigantesco simplesmente não consigo sair dele, é mais forte do que eu, não consigo dar muita atenção pra nada, mas pelo menos não sinto o vazio e infelicidade que antes sentia.
Um sintoma forte da depressão é a culpa. O depressivo se sente culpado por se encontrar neste estado e realmente eu me sentia muito culpada, principalmente por pensar que não tinha motivos para uma depressão, mesmo estando desempregada, me sentia incapaz de retribuir os carinhos e amor do sexy nerd, (a quem não chamo mais assim, agora o chamo de maridão) mas aprendi que a depressão, embora algumas pessoas tenham por motivos emocionais, nem sempre precisa deles para "atacar" alguém, basta ter a pré-disposição genética (hereditariedade, minha mãe é) e problemas no cérebro envolvendo serotonina.
Sabe o que entendi neste tempo? Que já tive depressão antes...não sei se vocês se lembram que relatei uma vez que fiquei 10 meses em casa, sem sair, sem ficar com ninguém...eu estava com depressão naquela época mas foi mais "fraca" e em mais ou menos um ano saí dela sozinha...foi quando consegui o trabalho.
Pode ser que em alguns anos eu volte a ter depressão, os médicos dizem que quem já teve depressão tem mais de 50% de chances de ter de novo, ela não tem cura mas pode desaparecer, ficar escondida bem lá no íntimo como se fosse um sentimento maléfico pronto pra ser "cuspido" em um momento de muita raiva.
Aqui, retirando de um bom site sobre depressão, coloco um pouco do que é essa doença e seus sintomas para vocês entenderem melhor:

A depressão é uma doença "do organismo como um todo", que compromete o físico, o humor e, em conseqüência, o pensamento. A Depressão altera a maneira como a pessoa vê o mundo e sente a realidade, entende as coisas, manifesta emoções, sente a disposição e o prazer com a vida. Ela afeta a forma como a pessoa se alimenta e dorme, como se sente em relação a si próprio e como pensa sobre as coisas. A Depressão é, portanto, uma doença afetiva ou do humor, não é simplesmente estar na "fossa" ou com "baixo astral" passageiro. Também não é sinal de fraqueza, de falta de pensamentos positivos ou uma condição que possa ser superada apenas pela força de vontade ou com esforço.
As pessoas com doença depressiva (estima-se que 17% das pessoas adultas sofram de uma doença depressiva em algum período da vida) não podem, simplesmente, melhorar por conta própria e através dos pensamentos positivos, conhecendo pessoas novas, viajando, passeando ou tirando férias. Sem tratamento, os sintomas podem durar semanas, meses ou anos. O tratamento adequado, entretanto, pode ajudar a maioria das pessoas que sofrem de depressão.
A Depressão é medicamente mais entendida como um mal funcionamento cerebral do que uma má vontade psíquica ou uma cegueira mental para as coisas boas que a vida pode oferecer. A pessoa deprimida sabe e tem consciência das coisas boas de sua vida, sabe que tudo poderia ser bem pior, pode até saber que os motivos para seu estado sentimental não são tão importantes assim, entretanto, apesar de saber isso tudo e de não desejar estar dessa forma, continua muito deprimido.
O popular Esgotamento pode ser também uma outra forma da Depressão. Sentir-se esgotado é sentir-se sem disposição para a vida. Não para a vida em seu sentido biológico de continuar vivendo, mas à vida em seu sentido cotidiano; falta disposição para continuar, dia após dia, a enfrentar os mesmos problemas corriqueiros, falta disposição para enfrentar a monotonia e a constância da vida, para continuar à fazer as mesmas coisas, para suportar as mesmas pessoas, etc. Esgotamos, por assim dizer, nossa energia e nossa capacidade de adaptação ao trivial, ao feijão-com-arroz de nossa vida cheia de problemas.
O que se constata na clínica é que não existe um estado de esgotamento sem que haja também um estado afetivo diminuído. Esse estado afetivo pode ser a causa ou a conseqüência do esgotamento, ou seja; ou a pessoa teve um episódio depressivo e acabou por entrar em esgotamento ou, ao contrário, começou por apresentar um esgotamento que acabou resultando num estado depressivo.
Hoje, mais do que nunca, há uma tendência (científica) em aceitar o fato da Depressão, seja por esgotamento ou sem motivos aparentes, ser conseqüência não apenas das experiências de vida atuais ou do passado, como se pensava antes mas, principalmente, causada por uma determinada alteração orgânica-cerebral (física).
Podemos dividir a Depressão em dois tipos básicos: a Depressão Típica, com todos os sintomas emocionais percebidos e sentidos pelas pessoas de maneira franca, ou seja, com um quadro predominantemente emocional de indisposição, insegurança, angústia, tristeza, apatia, desânimo, etc. e a Depressão Atípica, ou seja, com sintomas que não sugerem (à primeira vista) tratar-se de uma Depressão mas que equivalem à ela em sua essência (a que tive antes era atípica, pois eu jamais disconfiei que pudesse ser uma depressão, o fato de ficar trancada em casa por 10 meses....agora foi uma típica mesmo)

Os sintomas mais comuns são:

  • Modificação do apetite (falta ou excesso de apetite);
  • Perturbações do sono (sonolência ou insónia);
  • Fadiga, cansaço e perda de energia;
  • Sentimentos de inutilidade, de falta de confiança e de auto-estima, sentimentos de culpa e sentimento de incapacidade;
  • Falta ou alterações da concentração;
  • Preocupação com o sentido da vida e com a morte;
  • Desinteresse, apatia e tristeza;
  • Alterações do desejo sexual;
  • Irritabilidade;
  • Manifestação de sintomas físicos, como dor muscular, dor abdominal, enjoo.

Em algumas pessoas a Depressão se apresenta de forma Típica em outros de forma Atípica. Nas formas Atípicas de Depressão podemos Ter, concomitantemente, variados quadros psicoemocionais:

A - QUADROS ANSIOSOS
A.1 – SÍNDROME DO PÂNICO
A.2 – FOBIAS
A.3 – ANSIEDADE GENERALIZADA
B – QUADROS SOMÁTICOS (com queixas
físicas)
B.1 – QUADROS SOMATOMORFOS
B.2 – DOENÇAS PSICOSSOMÁTICAS
B.3 – HIPOCONDRIA
C – QUADROS NA INFÂNCIA
D.1 – HIPERATIVIDADE
D.2 – MEDO PATOLÓGICO
D.3 – DIFICULDADES ESCOLARES
D – QUADROS IMPULSIVOS
C.1 – BULIMIA NERVOSA
C.2 – ANOREXIA NERVOSA
C.3 – QUADROS OBSESSIVO-COMPULSIVOS


Bom, quero dizer quesinto muita falta dessa vida blogueira, de visitar todos os blogues que tanto gosto e sinto falta de escrever aqui, na medida do possível e da minha melhora vou procurar manter o blog ativo, visitar o pessoal, comentar. Estou tentando voltar ao meu normal, como eu era antes dessa depressão...aliás, tenho feito a terapia do sêmen!! rs
Uma pesquisa revelou que sêmen pode melhorar casos de depressão em mulheres então resolvi tomar toda manhã, mas essa pesquisa é só uma brincadeira (talvez com fundo de verdade) pra minha atitude, o que estou procurando fazer mesmo é manter a relação quente, manter o desejo aceso, melhorar a autoestima...direta ou indiretamente essa pesquisa vem se mostrando, se não verdadeira, coerente.
See ya!